domingo, 27 de maio de 2012

Nosce te Ipsum

Todos estão por ai, tão criativos, esbanjando suas vidas enquanto você fica parado, deixando a vida escorrer pelos dedos, tentando ainda encontrar a si próprio. Que tipo de espécie é você? Será alguém mais atrasado nesta estranha linha da vida?

Todos tem tantos interesses e você cada vez mais desanimado, procurando uma coisa de cada vez. Você esta fazendo errado!

Tem que ir com garra, por a cara a bater e não abaixar a cabeça. Tem que olhar no olho de quem te encara e mandar tomar no cu, porque aqui desse lado tem muita vontade, procurando um estopim pra estourar.

As noites perdidas e todos os dias de arrependimento devem ser lições e não repetições, ao caminhar deves se tornar forte e andar mais ereto, e não se curvar a vontade do homem, não seja um desesperado procurando uma porta aberta na espreita de alguém, deve-se ter racionalidade.
Aqui não tem ninguém para te ajudar, você tem que se virar sozinho, porque nem o colo da mamãe vai salvar, aqui ganha quem tem mais DINHEIRO.

Procure uma saída rápida, pois o tempo é curto, você tem dois caminhos a escolher, o conformismo, ou a mudança, mudança total, reprogramação letal, que pode te deixar louco, mais é a maior gratificação, loucos mesmos são os conformados, é uma questão de honra a própria especie não ser conformado, pois temos o dom da razão e devemos usa-lo.

Façamos da vida algo útil, vamos construir nem que seja para cachorros, mas que seja pelas nossas mãos, humanas, um louvor de toda nossa capacidade e integridade.
Que se ganhe a corrida da vida, e os calos da mão tenham cada um uma história para contar, pois a verdadeira alegria esta no caminho, e a verdadeira plenitude esta no amor.

Se pudesse hoje voltar tornaria tudo mais fácil, mas cada um vive de acordo com seus preceitos, e quem disse que preceitos não mudam, vou provar que estão errados.

Sou de fato incompreensivel e distante da perfeição que desejo, almejo distâncias que me tragam paz, vida e o contato com Deus. Quero livrar-me de todas as amarras sócias e deixar a mente explodir em arte e poesia para todos que desejarem ler da ganância, sexo e psicodelia.

Faça mais do que esta ao seu alcance, faça ate os braços caírem de seu corpo. Substituir o desejo de fazer para ganhar, pelo desejo de fazer por amar.

E agora, será que você sabe amar?


38 Graus

Texto de @Ticostacruz.

Leia o original aqui.



38 graus


Desejei cada molécula do seu corpo. Identificando fotos  que lhe pertenciam e que  instigavam minha imaginação, fazendo delas meu relicário, meu altar, minha reza de luxúria. Feições delicadas com um olhar sedento de uma atmosfera insaciável. Expressão de quem esconde um segredo envolvido pela alma da aventura, da entrega, do perigo, do desejo. Nossos diálogos em momento algum ultrapassavam a sutileza de quem compartilha as mesmas intenções sem precisar manifestá-las em palavras vulgares.
 Nós dois sabíamos que viveríamos esse encontro. Quando seria? Como seria?
  
 A começar pelo esconderijo perfeito, longe das especulações, das suposições maliciosas de quem se permite apostar na vida alheia.
 Talvez um porão com cortinas de seda em chamas, um abajur  a meia luz e vinho. Apenas o colchão no chão com lençóis brancos, que abandonaríamos completamente molhados de suor e gozo.
 Talvez um sótão com janelas expostas para a lua, apenas com a luz dos prédios ao redor e da rua, iluminando a beleza de sua geografia natural e feminina. Uma cama barulhenta, que denunciasse cada orgasmo, cada perda de oxigênio, cada sussurro, cada pensamento insano, no descontrole do êxtase de nossos toques sem pudores.  
 Os lábios grudando como sanguessugas esfomeados. O cheiro do ar que escapa pelo nariz inundando de tesão as entranhas. O ventre que se curva na espreita do contato com a pulsação do músculo em movimentos involuntários.
 As mãos que indicam por quais caminhos seguir. Os dedos que tateiam as extremidades. O bico do seu seio eriçado por baixo das vestes. O cabelo macio na pele mais clara da nuca maculada.  A cor do seu esmalte. O detalhe da sua sandália de salto. O brinco que quase fura minha língua.
  
 Vem a madrugada...
  
 Então te despes lentamente. Vira de costas e me oferece o pescoço nu. Sinto tua febre. Seus pelos arrepiados. A pele macia, o gosto do seu gosto. Desço esfregando meu rosto em contato com seus poros, deixando um rastro levemente rubro. Vagueio por entre suas pernas com a saliva escorrendo pelo canto da minha boca. Tu prendes minha cabeça entre tuas coxas, te sentas olhando meus olhos, apóia as mão para trás e  me dá ordens. Sinto seus espasmos quando afasto para o lado a pequena calcinha que te protegia. Miro nos sua órbita e percebo seus dentes mordendo os lábios. Chego bem próximo a ponto de me embriagar no cheiro do seu sexo, mas retorno sem tocá-la. Te arranco um gemido. Tu me pegas pelo cabelo e me trás com força, como se quisesse colar meus olhos no seu umbigo. Eu vou. Ajoelhado como um fiel devoto. Como se fosse receber a hóstia de seu inferno particular e libertar todos os demônios para um passeio nos jardins divinos, impróprios, proibidos para os não santos.
  
 O tempo se perde entre os relógios da cidade. Há qualquer coisa de música em cada espaço seu. Sinto como se possuísse dois corações, talvez três, talvez mil. Sinto como se fosse o efeito de um entorpecente aliviando a fissura do viciado. Invado o que não me pertence e me comporto como um violador, vasculhando cada fresta sua, cada segredo seu, me aproveitando dessa hipnose como uma serpente encantada sob o olhar atento dos espectadores a espera do ataque mortal que desencarnará o pobre homem cru.
  
 Te coloco de quatro, toda arreganhada e te chupo inteira.
 Dispenso a ordem poética da sedução. Porque agora é carne, é sexo, é violento, é forte, intenso como o encontro de dois animais num confronto vital pela continuação dessa existência. É o primitivo, o condenável, o que os outros não tem coragem de levar adiante por medo do pecado e do julgamento de Deus. Entre nós o prazer assassinou a culpa com uma facada nos olhos, depois cuspiu o sangue no chão.
 Agora estamos em transe. Estamos avançando os limites. Estamos derretendo coisas. Estamos grudados um no outro, respirando fora de compasso. Te envolvo com meus braços, te pego pelo pescoço. Te empurro todo meu corpo, como se fosse possível me transformar em você ou a você em mim.
 Você esfrega sua bucetinha depilada em mim, sinto como se estivesse derramando água na minha barriga, mas não é água, é diferente, é melado, é viscoso. Estamos os dois distantes de todo o bom senso e sacrificando qualquer moral.  É sexo, é carne, é violento, forte, como um choque entre dois corpos celestes.
 Você agora e por hora pertence a mim.
 Só faz o que eu mandar.
 Goza na minha boca.
 Deixa eu respirar dentro do seu útero.
  
 Ainda temos algum tempo para destruir todas as paredes desse lugar.
 Ninguém nos tira daqui.
  
 

Fode comigo.

Psicodelia Sem Escrúpulos

     Leon nasceu em Novembro de 89, anoitecia e chovia, uma tarde fria e melancólica para a família, já que acabaram de perder a casa em um incêndio causados pelos descuidos do agora tio de Leon.
     Dinheiro nunca foi o maior problema da família, mas não podiam esbanjar, com a compra de uma nova casa e nova mobiliá talvez as coisas ficassem um pouco difíceis no futuro.

     Leon foi crescendo e teve uma infância atribulada, apesar do frequente caos a sua volta, apenas não entendia o que acontecia, e os gritos vindos dos diversos cantos da casa eram por motivos que ele não fazia questão de entender.
     Leon tinha uma precária estrutura familiar, e sua mãe o pôs na escola para enfim iniciar os estudos. Odiava aquele lugar, e desde cedo pensava em como se livrar das cobranças, bolava planos para destruir o carro e desmoralizar seus professores, mas nunca os realizou.
     O mais próximo que chegou de realizar suas façanhas foi em suas frequentes brigas na escola, que constantemente o levavam a diretoria com a camiseta suja de sangue , vários uniformes tiveram de ser substituídos, ate sua mãe não poder mais compra-los, o que fez com que tivesse de usar o que estava menos manchado, e lhe causava grande constrangimento pois não gostava de parecer pobre para a escola, para sua tristeza era verdade, a família estava empobrecendo.

     Leon cresceu e não concluiu os estudos, ainda em casa com seu tio frequentemente bêbado, resolveu dar um basta naquela situação, pois não suportava mais fingir não ver as marcas causadas no resto da família, e todo o dinheiro de sua vó transformar-se em álcool e outras drogas, o basta chegou  em forma de pá, direto  no osso parietal da seu tio, o impacto abriu o crânio como se fosse um melão, todos ficaram chocados com a cena, mas Leon sábia que no fundo todos estavam lhe agradecendo, afinal fez o que achou que tinha que ser feito, apesar da falta de diálogo aprendeu que a vida não deve ser desperdiçada em drogas que simplesmente fazem seu usuário esquecer dos problemas, vendo seu tio ele aprendeu a abominar pessoas assim, e decidiu então acabar com a situação, pois achava que a vida de seu tio fora então disperdiçada ate aquele momento, e que não haviam mais saídas para ele, fez enfim sua justiça.

     Enxergou rápido que não poderia chamar aquele lugar novamente de lar, pois todos apesar de não sentirem falta do estrume dopado que antes ocupava ali um espaço, nao iriam aceitar o que fez Leon, apenas o que devia ser feito, os dogmas de seus pais a sua vó o viram apenas como um ser sem sentimentos , sua mãe não o reconhecia como filho e não entendia que aquele menino era produto de sua criação.

     Leon estava com 19 quando foi morar no centro antigo de São Paulo, em um minimo espaço de um prédio dividido com outras famílias, ele se impressionava quando conhecia alguém do mesmo local que dividia o esmo espaço com 3 ou 4 filhos, achava um absurdo escutar estas estórias e sentia a revolta lhe corroer o peito ao imaginar tamanha irresponsabilidade, "matei um homem, mas fiz de uma vez, matar outro ser aos poucos é o pior dos castigos" ele costumava dizer isso ao ouvir coisas parecidas pois acreditava que a pobreza e a ausência  dos pais eram o motivo de muitos hoje se encontrarem em situação de decadência. Ali naquele meio Leon aprendeu muitas lições, e apesar de julgar todos que ali moravam como preguiçosos, acreditava que sua situação era passageira, e que logo iria abandonar aquele lugar pois o seu destino iria mudar, e foi o que de fato aconteceu...

     Certo dia Leon estava rumo ao seu emprego, suposto cargo de confiança que possuía em uma das pequenas empresas da redondeza, certamente uma faxada para esconder o que fazia durante seus hábitos noturnos, aliciando candidatos para experimentar os efeitos de seus chás de cogumelos criados com  promessa de oferecer as mais intensas viagens espirituais. Tinha um local especifico para isso, do outro lado da cidade em uma zona industrial com vários galpões abandonados.

     Logo ao sair da casa de seus pais Leon manteve fixa em sua mente a imagem de seu tio caindo imóvel no chão após receber o fatal golpe que lhe esfacelou o crânio, para suprimir o horror Leon foco-se no motivo de seu ato, que foi libertar a alma de seu tio para o devido julgamento, acreditava de fato ter feito um bem a outro ser, libertando-o. Com base nesta suposta libertação concedida a seu tio, Leon experimentou diversos métodos de libertação e auto conhecimento, ate chegar aos cogumelos alucinógenos que foram os que maior tangibilidade lhe trouxeram as suas experiencias.

     Com a ajuda da internet divulgava suas experiencias, e passava mensagem que supostos seres de outra dimensão lhe diziam enquanto estava em transe, logo seguidores começaram a lhe pedir conselhos, que foram respondidos através de seus cogumelos. Criou um ambiente próprio para seus rituais, e começou a convidar  interessados em participar de sua doutrina. Estava satisfeito, enfim sentia-se especial, a promessa de infância finalmente chegára, "esta é minha missão, salvar vidas, ou então envia-las para o julgamento".

     Aqueles que experimentavam seus cogumelos e não atingiam a viajem espiritual que Leon propunha causavam lhe grande desagrado, e acreditava que existiam motivos para que estas portas não se abrissem para tais pessoas, foi então pedir conselhos dentro de uma de suas viagens. A resposta que conseguiu foi que tais pessoas eram fracas de espirito e portanto não tinham nenhuma crença e valor e vida, portanto deveriam ser enviadas para um julgamento adiantado.

    Leon criou tamanha notoriedade em seu ocultismo, que mesmo tendo conhecimento do julgamento, haviam interessados que o procuravam com frequência para realizar as viagens, já que em histórias contadas por aqueles que haviam passado pela viagem e atingido o nirvana contavam hoje estarem felizes e prósperos. Diante de tal promessa Leon teve sempre vários seguidores, tudo fugia aos olhos das autoridades que ficavam sabendo de suas façanhas apenas por falácias, era conhecido pelos mais sensacionalistas como ceifador, isso lhe dava orgulho.

     Seguiu por anos neste caminho, ate enfim ser descoberto pela policia, foi estampado como monstro na capa dos jornais, em uma das manchetes constava "Ceifador das Docas matava vitimas e queimava os corpos em caideiras abandonadas". Leon esta recluso em uma clinica psiquiátrica e contam que mesmo sem os cogumelos ainda se comunica com espíritos. Sua mão já uma senhora consta-se como louca, pois não acredita nas histórias que lhe contam, entende apenas ser a história de alguém com uma vida que deu errado, talvez tenha de fato lhe faltado um luz de amor. 

sábado, 19 de maio de 2012

Colecionador de Sensações

Passei por vários lugares onde não vivi, pois nem sequer estive fisicamente...
Através da  mensagem eu senti, me arrepiei e sonhei com as histórias contadas por quem cantava
a tristeza e a sorte.

A estranha saudade do rancho confortável, em meio a floresta com a sala de sofá baixo e tapetes confortáveis, nunca prestei atenção de fato a televisão, pois não estive lá também.

Através da imaginação eu sinto ser como você, quanto maior o numero de ligações obtidas e padrões enxergados com maior precisão conseguirei atingir meu objetivo.

Meu objetivo é apenas conhecer tudo o que puder conhecer, quero saber de tudo com precisão, quero colecionar o gosto da melhor sensação.


sábado, 5 de maio de 2012

Meu corpo adestrado e meu espirito observado

Trago ao vento a condição, para enfim a emoção abrir as portas da evolução.

Meu corpo adestrado e meu espirito observado.
Tento me levantar, mas estou preso ao alambrado, minha consciência esta refém e meu corpo enclausurado.

No pensamento desconexo, a ordem acaba por surgir, e o pesar da consciência antes sem forma, por fim em sabedoria se torna, lapidada do bruto, capturada no mundo das ideias, virou linguagem conexa pelos talentos de minha alma.

Ser humano dotado de sanidade, consciente das limitações do mundo físico, esta energia não tem idade, atenta-se ao olhar de quem observa, ideia que nasce junto a eternidade.

Sinto-me onipresente, meus olhos observam agora alem do que as nuvens podem observar.

Inundado pelas copias do mundo externo reproduzidos em minha mente, transformo o que vejo em obra, minha escrita vira com calma, alimento para sustentar o trauma.

Minha punição é vazia, o vivo morre sem viver, é punição com alegria, na vida se faz por merecer, a punição virou poesia, é tarde, a morte chegou sem dizer.

O que é ser livre?

Faziam 10 anos que eu havia saído de casa, sem rumo, entregue completamente ao mundo.
Descobri que existe mais coração em quem não tem nada por fora, do que aquele que tem tudo por fora mas não tem nada por dentro.

Fatos, e estórias que iluminaram minhas noites, e que me fizeram enxergam o quanto são prisioneiros aqueles que blindados de atitudes reservadas e cegos pela segurança da rotina, deixam escorrer entre as mãos suas vidas, em nome de outro.

Ao olhar no espelho vejo hoje um homem, que conhece do homem aquilo que realmente importa, o coração.

Existem aqui leões e lobos, leões são aqueles que usam da ferocidade para agir sobre os lobos, os lobos, não tem as ambições de um leão, mas sabem como fugir de suas artimanhas. 
Um homem de caráter mantem dentro de si um pouco de cada um, para ser sagas quando o convir e habilidoso quando o destino lhe pregar peças.

Hoje, a caminho do retorno, penso o que serão dos que me aguardam, quanto evoluíram? Ou em minhas palavras, quantos voltaram a ser de fato humanos conscientes de sua condição?

A lição de 10 anos é.

Quanto menos necessidades tendes, mais livres sois." Cesare Cantú
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