sábado, 27 de setembro de 2014

Dissecando Pensamentos

Eu queria te ver sem medos, despir-te de todos os desejos fúteis e enxergar o fundo de tua alma.

Mas as relações humanas não são assim tão simples, sei que antes de ver qualquer vestígio de razão nesse emaranhado de pensamentos quebrados, eu preciso entender que na impulsividade de uma mente inquieta, existem mistérios que nem mesmo o dono das sinapses é capaz de controlar. É preciso manter a calma.

É meu carma, é como gosto de enxergar as coisas, assim como gosto de vandalizar túmulos no cemitério, assim como gosto de assistir vídeos de autopsia no Youtube. Dissecar um pensamento é como ver os nervos em movimento, é brincar com fogo e tentar não se queimar, é assim que me sinto quando tento entender você, mais próximo de ti do que sua própria veia jugular.

É mórbido eu sei, mas o amor existe de muitas formas, eu não estou doente. 
Pelo menos nenhum psiquiatra me diagnosticou como tal ainda...

Você sabe qual a lição mais importante dessa vida?

Eu sei!

A lição mais importante dessa vida é saber dizer FODA-SE, e que todo esse circo e essa copia da copia e da copia desmorone sob nossos pés. 
Assim só restaremos Eu e você, sob o pó de todo o resto. 
E quando não houverem mais coisas para se desejar, quando não houver mais dinheiro para se ganhar, só o nosso amor prevalecerá, poderei enfim te desfrutar por completa. Ligaremos as nossas veias e nosso sangue correrá por nossos corpos, seremos enfim um só.

Meu peito dói, é uma dor sem fim, num canto qualquer você destrói todo o encanto que há em mim.

domingo, 21 de setembro de 2014

Sobre as desgraças

Á pensamentos que não precisamos colocar a exposição, pois são coisas que fazemos questão de guardar lá no fundo, e num ato de plena sabedoria sabemos que para aprender uma lição de verdade somente o silêncio pode nos mostrar com clareza aquilo que precisamos enxergar.
É estranho como as coisas se resolvem, e por um caminho completamento oposto parece que encontramos novamente a trilha da razão.
No final tudo parece apenas um jogo, onde somos como um jogador de nível médio, sempre com mais perdas do que vitórias.
É cansativo lutar contra a maré eu sei, é melhor se aquietar e enfim se juntar a manada, pois esse parece o caminho mais fácil para continuar.
É uma verdade feia confesso, mas desistimos assim de cada pequeno sonho que tínhamos, como sonhos de caráter, de poder, de potência de vida, apenas para nos blindar e continuar nesse mar de promessas rompidas.
Não transformarei os outros num inferno, eu vou é reconstruir o inferno que fiz em mim. Vou colocar por cima o mais perfeito jardim.
Mas pode ter certeza que você por aqui não passa, pois nesta vida absolutamente tudo precisa ter um fim, até mesmo as desgraças.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Oração ao destino

Eu nao vim aqui reclamar do meu destino, pois sei que existem muitos mais desafortunados do que eu.

Vim desejar apenas que me guie, e me dê forças para permanecer firme frente aos desafios que me foram designados.

Quero ter energia para superar com hombridade a rotina de cada dia, e quero me ver livre da maldição de qualquer inveja.

Coloca meus pés firmes sob o chão, para que ao menor sinal de ilusão e na eminência de uma queda, ela seja curta e breve, e que em seguida eu me levante e continue firme, sem olhar para trás.

Dignificame com caráter, discernimento e razão, pois somente assim poderei dizer com orgulho que fui verdadeiro comigo mesmo, mesmo sendo um caminho difícil.

domingo, 20 de julho de 2014

Sobre o espaço.

Ao olhar para o céu, imagino que nunca será possível ao homem enxergar além das cortinas do espaço, onde o seu negro véu, se estende pela eternidade, indo sempre dois passos a frente de onde nossa tecnologia possa alcança-lo.

Nunca saberei o que se passa em sua cabeça, querida. Por mais que eu queira entender isso, sua mente e suas engrenagens são para mim um labirinto imenso, que me faz querer mergulhar em seus olhos procurando respostas para o que sua bela face esconde, você para mim é um mistério, tal como o espaço.

Sua sina por aventura me coloca onde eu não iria por simples vaidade, tudo que faço é uma descoberta, não somente sobre você, mas também sobre mim, que tiro da sua doce presença sensações que minha mente não sentiria nem mesmo na presença de um anjo.

A linha deste sentimento é tênue, e ao forçar demais, o que lhe traria as melhores sensações, pode também trazer-lhe a um mundo frio e obscuro, onde ele mostra sua face ao sentir-se usado. Aqui aprendemos que o amor também tem cara feia, e um de seus nomes é Saudade, o outro, falta de Reciprocidade.

Todos seguimos pela vida em busca de algo, algo que cubra um espaço existente em cada um de nós, esse espaço, deve ser vigiado com a mais pura razão, pois qualquer ato imaturo em seu manejo poderá causar dores extremas, no animo e na alma.

Não que sejamos frios, mas porque somos realistas. Nós sabíamos que ao girar a chave daquele quarto, o mundo seria só nosso, as paredes suariam tesão e ninguém mais nos ouviria.

Agora o passado ficará em seu devido lugar, sempre um passo atras do presente, desejo realmente que o sentido de nossos passos mantenha sempre o curso a frente, pois pra reviver basta lembrar.

Os meses começando com J, terão a partir de hoje um doce cheiro da fruta que chora, cheiro que vou guardar até Janeiro, para mais uma vez nossos desejos aquietar.

domingo, 1 de junho de 2014

Escravo das Perguntas

Quando me perco em pensamentos, automaticamente chego a um canto de mim onde moram os lamentos.
Confesso que não tive muitos tormentos, logo não sei se lamento por não ter histórias, ou se lamento por colecionar pouquíssimas vitórias.

Glória, orgulho, memórias, mantive longe de mim tais sentimentos por considera-los víboras venenosas.
No entanto fui negligente, e não só fugi destes sentimentos como também fugi de todas as situações que me colocariam diante deles.
Teria sido de muita sapiência se ao invés de fugir, tivesse aprendido a lidar com eles, não é mesmo?

É tarde?

Eu olho em minha volta e vejo corpos vivos, cheios de energia, corpos cheios de potencia de vida.

O que aconteceu comigo? Quando foi que me tornei um observador passivo de minha própria história?

Não quero registrar nesta passagem mais lamentações, apesar de ter iniciado por esta via. Quero aqui encontrar um novo caminho dentro de minha mente para sanar esta insanidade.

Por vezes olhei para fora e busquei no mundo as respostas para as minhas crises interiores.
Mas a resposta esta, e sempre esteve, dentro de quem a gerou, praticamente na porta ao lado, e é voltando exatamente ao ponto onde ela foi criada é que poderei supera-la, ou melhor, explodi-la! Dizimar de meus miolos esse veneno que despejei sobre mim mesmo, um dia.

Vazio, sem tempero, com a cabeça girando a mil milhas por hora.
Com raiva, desespero, desejei o apocalipse para não ter de enfrentar a mim mesmo.
Drogas, bater a cabeça, fazer escorrer dos meus ouvidos as respostas que me tiram o sossego.

Eu vou escrever para parar de doer, eu vou enfim viver?
Eu vou um dia deixar de ter dúvidas? O que irá acontecer se um dia isso ocorrer?

Sou um escravo das perguntas, existe um modo certo de viver?

Eu tenho apenas uma certeza.
Não importa a experiencia vivida, se a alma que viveu não souber o que fazer com ela.
Um sonho não gera nenhuma ação, mas a ação constrói qualquer coisa.
O que me falta para agir?

domingo, 18 de maio de 2014

Vida passageira

           O que se faz para mudar?
           Como pode-se acordar de um dia para o outro e achar que tudo será diferente?
          Eu ansiava por uma tragédia global, que me obrigasse a tal feito, mas minha preguiça é tão profunda que inconscientemente inventei desculpas para me livrar do trabalho em me fazer melhor.
          Sempre senti que não havia encarnado este corpo em sua totalidade, sempre deixei um pé atras, no lugar de onde eu vim.
           Lugar este escondido, e nunca mais revelado.
        Só o que conheço agora são as manhãs de sono interrompidas para ir ao trabalho, e a rotina sob pressão de alguém preocupado demais em parecer bom.
        O relógio do universo corre, e minha vida microbiana passa por este plano feito areia que escorre pelos dedos da morte.
       O que tive até agora não me faz sentir feliz, no entanto não perdi a vontade de viver, sigo pela curiosidade do que ainda encontrarei.
           E mesmo que seja em baixo da ponte, o que seria eu capaz de fazer para sobreviver?
         Certamente as prioridades variam conforme a situação, e a minha no momento é descobrir em qual situação estou, afinal imagino um milhão de caminhos a seguir, mas a falta de emoção na escolha de qualquer um deles me faz ficar perdido entre a inercia e a depressão.
          Talvez eu esteja ficando louco, eu sei, mas que se dane, se preciso virar um louco para rasgar o escudo que criei para me prender, é um louco que eu me tornarei.

sábado, 29 de março de 2014

Planeta Errante

Eu sou o morador do planeta errante, o planeta que vaga sozinho pelo breu do universo imenso.
Órfão de seu astro, esmolando um pouco de gravidade para livrar-se do tédio de sua estagnação, totalmente a merce da sorte.
Meu planeta batizado de Morte.

Eu moro em algum lugar deste gigante feioso, não importa detalhar onde, afinal é sempre escuro por aqui.
No meu mundo as paredes não tem cores, e o sentimento da moda é a depressão.
A desconexão total da alma e do corpo é uma constante, sentir-se deslocado, não demonstrar nenhum semblante, é a ordem que rege os modos da vida aqui, neste mundo distante.

Talvez pela escuridão, talvez pela solidão, talvez pelo destino, meu congelado coração se fez negro desde menino, desconhecer o amor, fez correr pelas minhas veias, o mais letal veneno.

Sou o rei deste mundo, mas não tenho poder, tenho inanição.
Sou o rei deste mundo, mas não tenho orgulho, tenho vergonha.
Sou o rei deste mundo, mas não tenho gloria, tenho derrotas.
Sou o rei deste mundo, mas não tenho vida, tenho podridão.

Mais horas se passaram, mas a Morte não girou, sei que estou envelhecendo, mas em meu mundo o dia não acabou, ele se quer começou.

Certa vez, apareceu por aqui um telescópio, por onde eu podia observar outros mundos.

O que eu vi foram planetas maravilhosos, iluminados por seus astros, planetas cheios de vida que floresciam e produziam com abundância.
Eles se quer imaginavam quão afortunados eram por abrigar tamanho dom, não se perguntavam sobre que outros mundos haveriam além de suas galáxias.
E se tomavam conhecimento, logo se esqueciam, pois o calor de seus astros os confortava logo em seguida.

Eu então o desmontei, e usei seus pedações para construir um foguete, para então tentar fugir desde mundo sombrio, mas a gravidade por aqui é tão forte, que somente me elevei a alguns quilômetros do chão.
A queda foi terrível, e a dor me ensinou que fugir não é o caminho para encontrar uma luz novamente.

Agora aguardo pacientemente o dia que o sol irá nascer de novo, sem expectativas, apenas esperando, mas o tempo não passa.

Acho que já estou no inferno, mas não lembro de ter morrido.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Destino, o Caos

Sou fruto do que escolhi, ou foi tentando fugir que esbarrei em você?

Devo acreditar realmente que os passos que dei irão ecoar pela eternidade, ou sumirão junto comigo quando eu deixar este plano?

Quantas sensações sou capaz de sentir?
Sou, ou serei eu limitado a um numero finito de experiencias?
Para onde serei levado se seguir por este caminho?

Do que adianta saber, somos almas sozinhas que buscam a luz de outra alma para iluminar a escuridão, apenas um pouco de vida para aquecer nosso coração.

Eu desisti de ter o mundo na palma da mão, me convenci que o controle é uma ilusão, lutar pela plenitude trouxe demasiada decepção. Deixei o devir tomar conta de tudo, esperando pacientemente o dia do sono profundo, que trará a única solução, enquanto vejo tudo passar pela janela, com meus sonhos voando para fora feito dente de leão.

A quem dirá que foi a depressão, a quem dirá que foi uma desilusão, mas somente quem cruzou passado, presente e futuro verá o destino tirar a venda de sua razão.

Nem mesmo o mais incrível matemático seria capaz de colocar em uma equação todos os fatores que levaram a derrota total de nossa união, mas fácil seria prever um tufão, do que entender os labirintos que existem numa simples discussão.

Não faz sentido, não há explicação, prefiro agora o caos do que viver na contra mão.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Sobre Leões e Raposas

Reforço que o tempo é o senhor da razão, os instintos não mentem, você sempre sabe o que esta acontecendo, mas não tem coragem de arriscar, eu fui até o fim!

Quem diria o cotidiano ser tão massivo, reforço sincero que culminará seu destruir, para então tudo mudar...

Os dias são mais dias desde então, não mais aquela visão da estrada longa e reta a nossa frente, as curvas chegaram subitamente, e querida, não poderia ter sido melhor.

Não mudaria nada deste quebra cabeça, encerraria tudo com chave de ouro, assim como ocorreu. A raposa paciente brilhou seu olhar, e viu que ali era a chance de ser livre novamente, pois esta era a sua natureza.

É hora de ser leão, e fazer temer para ascender, pois agora nada mais é preciso em vaidades.

O único desejo restante, é de nos transformarmos em animais e foder como loucos noite a dentro, te fazer grudar meu cheiro, para que todos saibam que mesmo longe, alguém esta a sua espreita.

Um clichê fazer citações e referências, mas vale o ensinamento dado por Shiva que diz que para construir é preciso antes destruir, assim será!
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