domingo, 1 de junho de 2014

Escravo das Perguntas

Quando me perco em pensamentos, automaticamente chego a um canto de mim onde moram os lamentos.
Confesso que não tive muitos tormentos, logo não sei se lamento por não ter histórias, ou se lamento por colecionar pouquíssimas vitórias.

Glória, orgulho, memórias, mantive longe de mim tais sentimentos por considera-los víboras venenosas.
No entanto fui negligente, e não só fugi destes sentimentos como também fugi de todas as situações que me colocariam diante deles.
Teria sido de muita sapiência se ao invés de fugir, tivesse aprendido a lidar com eles, não é mesmo?

É tarde?

Eu olho em minha volta e vejo corpos vivos, cheios de energia, corpos cheios de potencia de vida.

O que aconteceu comigo? Quando foi que me tornei um observador passivo de minha própria história?

Não quero registrar nesta passagem mais lamentações, apesar de ter iniciado por esta via. Quero aqui encontrar um novo caminho dentro de minha mente para sanar esta insanidade.

Por vezes olhei para fora e busquei no mundo as respostas para as minhas crises interiores.
Mas a resposta esta, e sempre esteve, dentro de quem a gerou, praticamente na porta ao lado, e é voltando exatamente ao ponto onde ela foi criada é que poderei supera-la, ou melhor, explodi-la! Dizimar de meus miolos esse veneno que despejei sobre mim mesmo, um dia.

Vazio, sem tempero, com a cabeça girando a mil milhas por hora.
Com raiva, desespero, desejei o apocalipse para não ter de enfrentar a mim mesmo.
Drogas, bater a cabeça, fazer escorrer dos meus ouvidos as respostas que me tiram o sossego.

Eu vou escrever para parar de doer, eu vou enfim viver?
Eu vou um dia deixar de ter dúvidas? O que irá acontecer se um dia isso ocorrer?

Sou um escravo das perguntas, existe um modo certo de viver?

Eu tenho apenas uma certeza.
Não importa a experiencia vivida, se a alma que viveu não souber o que fazer com ela.
Um sonho não gera nenhuma ação, mas a ação constrói qualquer coisa.
O que me falta para agir?
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O trabalho Wonder Weed World de Rodrigo Vieira foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 3.0 Não Adaptada .
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